sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Discurso do Papa aos catequistas na Jornada dos Catequistas no Vaticano, por ocasião do Ano da Fé Sexta-feira, 27 de setembro de 2013


Queridos catequistas,

Estou feliz que no Ano da Fé haja este encontro para vocês: a catequese é um pilar para a educação da fé, e precisamos de bons catequistas! Obrigada por este serviço à Igreja e na Igreja. Mesmo se às vezes possa ser difícil, trabalha-se tanto, empenha-se e não se veem os resultados desejados, educar na fé é belo! Ajudar as crianças, os rapazes, os jovens, os adultos a conhecer e a amar sempre mais o Senhor é uma das aventuras educativas mais belas, constrói-se a Igreja! “Ser” catequistas! Vejam bem, não disse “fazer” os catequistas, mas “sê-lo”, porque envolve a vida. Conduz-se ao encontro com Jesus com as palavras e com a vida, com o testemunho. E “ser” catequistas requer amor, amor sempre mais forte por Cristo, amor pelo seu povo santo. E este amor, necessariamente, parte de Cristo. 

O que significa este partir de Cristo para um catequista, para vocês, também para mim, porque também eu sou um catequista? 

1. Primeiro de tudo, partir de Cristo significa ter familiaridade com Ele. Jesus o recomenda com insistência ao discípulos na Última Ceia, quando estava prestes a viver o dom mais alto do amor, o sacrifício da Cruz. Jesus utiliza a imagem da videira e dos ramos e diz: permaneçam no meu amor, permaneçam ligados a mim, como o ramo está ligado à videira. Se somos unidos a Ele, podemos dar frutos, e esta é a familiaridade com Cristo. 

A primeira coisa, para um discípulo, é estar com o Mestre, escutá-lo, aprender com Ele. E isto vale sempre, é um caminho que dura toda a vida! Para mim, por exemplo, é muito importante permanecer diante do Tabernáculo; é um estar na presença do Senhor, deixar-se olhar por Ele. E isto aquece o coração, mantém aceso o fogo da amizade, te faz sentir que Ele verdadeiramente te olha, está próximo a você e te quer bem. Entendo que para vocês não é assim simples: especialmente para quem é casado e tem filhos, é difícil encontrar um tempo longo de calma. Mas, graças a Deus, não é necessário fazer tudo do mesmo modo; na Igreja há variedade de vocações e variedade de formas espirituais; o importante é encontrar o modo adequado para estar com o Senhor; e isto se pode, é possível em toda etapa da vida. Neste momento, cada um pode se perguntar: como vivo este “estar” com Jesus? Tenho aqueles momentos em que permaneço na sua presença, em silêncio, deixo-me guiar por Ele? Deixo que o seu fogo aqueça o meu coração? Se no nosso coração não há o calor de Deus, do seu amor, da sua ternura, como podemos nós, pobres pecadores, aquecer os corações dos outros? 

2. O segundo elemento é este: partir de Cristo significa imitá-Lo no sair de si e ir ao encontro do outro. Esta é uma experiência bela, e um pouco paradoxal. Por que? Porque quem coloca no centro da própria vida Cristo sai do centro! Mais se une a Jesus e Ele se torna o centro da tua vida, mais Ele te faz sair de ti mesmo, te descentraliza e te abre aos outros. Este é o verdadeiro dinamismo do amor, este é o movimento do próprio Deus! Deus é o centro, mas é sempre doação de si, relação, vida que se comunica... Assim nos tornamos também nós se permanecemos unidos a Cristo, Ele nos faz entrar neste dinamismo do amor. Onde há verdadeira vida em Cristo, há abertura ao outro, há saída de si para ir ao encontro do outro em nome de Cristo. 

O coração do catequista vive sempre esse movimento de "sístole – diástole": união com Jesus, encontro com o outro. Sístole – diástole. Se falta um destes dois movimentos não bate mais, não vive. Recebe como dom o Kerigma, e por sua vez o oferece como dom. É esta a natureza do próprio Kerigma: é um dom que gera missão, que impulsiona sempre para fora de si mesmo. São Paulo dizia: “O amor de Cristo nos impulsiona”, mas este “nos impulsiona”, pode se traduzir também em “nos possui”. É assim: o amor te atrai e te envia, te toma e te doa aos outros. Nesta tensão se move o coração do cristão, em particular o coração do catequista: união com Jesus e encontro com o outro? Se alimenta no relacionamento com Ele, mas para levá-Lo aos outros? Eu digo uma coisa para vocês: eu não entendo como um catequista pode permanecer parado, sem este movimento. 

3. O terceiro elemento está sempre nessa linha: partir de Cristo significa não ter medo de ir com eles às periferias. Me vem à mente a história de Jonas, uma figura verdadeiramente interessante, especialmente nos nosso tempos de mudanças e incertezas. Jonas é um homem piedoso, com um a vida tranquila e organizada, isso o leva a ter os seus esquemas bem claros e a julgar tudo e todos com estes esquemas, de modo rígido. Por isso, quando o Senhor o chama e lhe diz para ir a Nínive, a grande cidade pagã, Jonas não quer ir. Nínive está fora de seus esquemas, é a periferia de seu mundo. E então, ele escapa, foge, embarca em um navio que vai para longe. Releiam o livro de Jonas! É breve, mas é uma palavra muito instrutiva, especialmente para nós que estamos na Igreja. 

Que coisa nos ensina? Nos ensina a não ter medo de sair dos nosso esquemas para seguir a Deus, porque Deus vai sempre além, Deus não tem medo das periferias. Deus é sempre fiel e criativo, não é fechado e por isso nunca é rígido, nos acolhe, nos vem ao encontro, nos compreende. Para ser fiel, para ser criativo, é necessário saber mudar. Para permanecer com Deus necessita saber sair, não ter medo de sair. Se um catequista se deixa dominar pelo medo, é um covarde; se um catequista está tranquilo ele acaba sendo uma estátua de museu; se um catequista é rígido se torna encarquilhado e estéril. Pergunto a vocês: alguém quer ser um covarde, estátua de museu ou estéril?

Mas atenção! Jesus não diz: ide, e se virem. Não! Jesus disse: Ide, eu estou convosco! Essa é a nossa beleza e a nossa força. Se nós partimos, se saímos para levar o seu Evangelho com amor, com verdadeiro espírito apostólico, com parresia, Ele caminha conosco, nos precede, é o primeiro sempre. Vocês aprenderam o sentido dessa palavra. E isso é fundamental para nós: Deus sempre nos precede! Quando pensamos estar longe, em uma extrema periferia, e talvez temos um pouco de temor, na verdade Ele já está lá. Jesus nos espera no coração daquele irmão, em sua carne ferida, em sua vida oprimida, em sua alma sem fé. Jesus está ali, naquele irmão. Ele sempre nos precede. 

Caros catequistas, digo a vocês obrigado por aquilo que fazem, mas, sobretudo, porque vocês estão na Igreja, no Povo de Deus em caminho. Permaneçamos com Cristo, procuremos ser sempre uma só coisa com Ele; O sigamos imitando-O em seu movimento de amor, no seu ir ao encontro do homem; e saiamos, abramos as portas, tenhamos a audácia de trilhar novas estradas para o anúncio do Evangelho!

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

ROMARIA DOS CATEQUISTAS DO REGIONAL SUL 1 - 29 DE SETEMBRO DE 2013


Queridos irmãos e irmãs do Regional Sul 1 da CNBB;

Que a paz do Senhor esteja convoco! No Ano da Fé, a Comissão para a Animação Bíblico-Catequética do Regional Sul 1 - CNBB convida a todos para a Jornada da Fé dos Catequistas do Regional Sul 1 que acontecerá no dia 29 de setembro de 2013 em Aparecida - SP.

Com o tema: "Catequistas com Maria em Aparecida, a Estrela da Nova Evangelização", vamos confiar à vida e a missão de todos/as catequistas que se empenham no anúncio da Boa Nova e no discipulado de Jesus Cristo.

A Celebração Eucarística será às 10h00 no Santuário Basílica Nacional de Aparecida, seguida de uma motivação e envio que acontecerá junto a Tribuna João Paulo II.

Contamos com a colaboração e incentivo de todos os bispos, presbíteros, diáconos, seminaristas, religiosas e animadores de comunidades para que as dioceses sejam representadas pela presença e alegria de nossos catequistas. Animem suas equipes paroquiais e diocesanas na organização de caravanas para este evento.

Peçamos a intercessão de Nossa Senhora Aparecida, grande catequista e missionária por toda a nossa Igreja e por todo o povo brasileiro. Que Deus abençoe e frutifique sempre o vosso ministério junto aos catequistas das comunidades.  Unidos no Cristo Senhor.

+Dom Vilson Dias de Oliveira, DC
Bispo Diocesano de Limeira e
Ref. Comissão Bíblico-Catequética CNBB/Sul1

Pe. Paulo Gil
Assessor da Comissão Bíblico-Catequética CNBB/Sul1

Margareth Caiasso

Coordenadora da Cat. Junto à Pessoa com Deficiência

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

VIII Sulão Bíblico-Catequético - Catequista protagonista


Estamos nos preparando para o VIII Sulão Bíblico-Catequético, que acontecerá em São Leopoldo-RS, de 25 a 27 de outubro de 2013, com o tema: CATEQUISTA: PROTAGONISTA DA FÉ, DO AMOR E DA ESPERANÇA.

Estamos sendo catequista PROTAGONISTA ou FIGURANTE??

Assista a palestra ministrada pela Teóloga Maria Auxiliadora, realizada na cidade de Cascavel - PR.


Catequese junto às pessoas com Deficiência - Entrevista com Dom Vilson Dias


1. Como o senhor analisa o trabalho da Igreja no Brasil junto às pessoas com Deficiência? 
Existe um grande desafio no trabalho da Igreja, pois a formação de catequese junto à pessoa com deficiência tem se mostrado mais de forma individual por paróquia, em nossas dioceses não existe ainda um trabalho homogêneo. Mas existe um grande avanço no despertar e na preocupação desta formação, hoje temos apoio neste trabalho da Pastoral dos Surdos, Movimento Fé e Luz, Pastoral da Pessoa com Deficiência, temos cursos de extensão com orientação da Catequese Junto a Pessoa com Deficiência no Regional Sul 1 e nos cursos de verão e extensão da UNISAL. 

Mas devemos destacar que o avanço das politicas públicas a questão da acessibilidade e de seus direitos na sociedade está mais avançada que na Igreja. A Igreja esta mais aberta e mais acolhedora voltando nos seus primeiros trabalhos das congregações religiosas deste a Campanha da Fraternidade de 2006, mas ainda falta mais acolhida, formação, acessibilidade, precisamos ver que a Igreja é muito viva através da manifestação de fé de uma pessoa com deficiência, a fé é forte, eles falam do amor de Deus através de cada superação que eles vivem, a Igreja precisa criar metodologia para atingir a todos sem barreiras.

Na JMJ (Jornada Mundial da Juventude) ficou claro a participação da pessoa com deficiência muito ativa e a Igreja no Brasil no que diz respeito à Catequese já vem dando vários passos através dos Seminários de Catequese Junto à Pessoa com Deficiência, que até o momento realizou 4 (quatro) em nível nacional. 

2. Como atuar melhor pastoralmente para incluir os portadores de deficiência na vida eclesial? 
Deficiência Surda: na atuação para melhorar pastoralmente a inclusão da pessoa com deficiência na vida eclesial, trabalharmos a desmistificação de que uma pessoa com deficiência é incapaz, que a pessoa com deficiência tem limitações intransponíveis. Precisa haver mais abertura para que a comunidade surda se sinta acolhida. É bom saber que temos no Brasil quatro padres surdos que trabalham especialmente nesta dinâmica, e um dialogo aberto com a Pastoral dos Surdos. Também é preciso trabalhar liturgicamente a interpretação dos sinais de forma homogênea, porque a Língua de Sinais (LIBRA) é regional, e muitas vezes o surdo tem um português sinalizado e se sente perdido na liturgia e na participação dos sacramentos. 

Na deficiência visual: a possibilidade de produção de material de áudio, os documentos da Igreja gravados em áudio para que os deficientes visuais possam ter acesso mais fácil, nem todos os deficientes visuais domina o braile, termos áudio-descrição da liturgia, incluindo os símbolos litúrgicos. É claro que aqueles que para aqueles que aprenderam o Braille já temos acesso à  bíblia, catecismos e outros material nesse tipo de leitura.

Na deficiência intelectual: houve um grande avanço e temos casos de deficientes intelectuais em faculdades, casamento liberado já na justiça, o que precisamos é mais abertura na acolhida. Para tanto, devemos contar com o apoio do Movimento Fé e Luz, existente em muitos estados do Brasil. 

E a deficiência Física: tem trabalhado a questão de acessibilidade na Igreja. É preciso ter acesso na Igreja e liberdade da aceitação para os trabalhos dentro da mesma. Também podemos contar com o apoio da FCD e nos lugares que te organizado, também com a Pastoral da Pessoa com Deficiência. 

Em resumos devemos incluir a todos. É o Senhor Jesus quem chamou os deficientes: “vem para o meio”. Os portadores/as de deficiências devem ser amados, inclusos e sentir o carinho e o amor das nossas comunidades. É preciso evangelizar e deixar-se evangelizar por eles. 

Deus abençoe e guarde a todos e todas.

Entrevistadora: Liliane Borges
Rádio Canção Nova
liliane@geracaophn.com 

Entrevistado: Dom Vilson dias de Oliveira, DC
Bispo Referencial da Comissão Bíblico-Catequética – CNBB/Sul 1
domvilson@uol.com.br

domingo, 15 de setembro de 2013

Bíblia nos tempos de Rede


*Entrevista de Liliane Borges (Canção Nova), com Dom Vilson Dias de Oliveira, DC – Bispo da Diocese de Limeira, SP- Bispo Referencial da Comissão Bíblico-Catequética – CNBB/Sul 1

1-Como o senhor vê a utilização das novas tecnologias para o acesso a Bíblia e seu estudo? (por exemplo, os aplicativos no celular; fóruns de debate nas redes sociais, Bíblia on-line)
As novas tecnologias são fantásticas. Elas facilitam o acesso ao texto bíblico, estimulam a leitura, abrem portas para que as pessoas possam crescer no amor a Palavra de Deus... Além dos aplicativos, dos fóruns e das bíblias on-line, creio que não podemos deixar de citar os inúmeros sites e blogs que divulgam a liturgia diária, desenhos bíblicos animados para as crianças e até mesmo aqueles sites que oferecem subsídios para a Leitura Orante da Bíblia. Sob um ponto de vista, precisamos ter certo cuidado com tantas ofertas. Sob outro ponto de vista, tudo isso é riquíssimo! 

2- Isso popularizou mais a Bíblia?
Certamente. Nas décadas de 1950 e 1960, poucas pessoas tinham acesso ao texto completo da Bíblia. Era um livro enorme e caro! Os mais velhos lembram: na catequese tínhamos pequenos livros ilustrados que apresentavam resumos da Sagrada Escritura. Os mais ricos compravam os livros coloridos. Aos poucos, as editoras conseguiram desenvolver exemplares a um custo menor, e as tiragens foram crescendo. Mas nada que possa ser comparado aos dias de hoje. Conheço inúmeros jovens que carregam a Bíblia, o Catecismo e muitos outros documentos da Igreja em seus smartphones! Isso é fantástico. 

3- Quais os perigos que essa sociedade vive diante de tantas possibilidades? A Bíblia pode se tornar apenas uma das inúmeras opções?
Vejamos se entendi sua pergunta. Diante de tantas possibilidades, pode existir uma grande confusão? Sim, pode. Com tantas ofertas no mercado, como saber o que realmente merece nossa atenção e o que realmente foi produzido por uma equipe honesta e competente? Quando não sabemos o que escolher, corremos o risco de não escolher coisa alguma. Outras pessoas, diante das mesmas ofertas, acreditam que nenhuma diferença existe entre elas, que é tudo a mesma coisa, que tudo tem o mesmo valor. Em todas essas circunstâncias existe um risco, um perigo. É preciso ter cuidado para acolher e promover esses serviços on-line, essas tecnologias. É preciso saber quem produz o conteúdo e quem oferece determinado serviço: se é um grupo sério, competente, em verdadeira comunhão com a Igreja. Se é um grupo disposto a servir na caridade. Sem esses cuidados, conteúdo e tecnologia perdem seus valores, deixam de ser eficazes. Não atingem os fiéis e atingem menos ainda os afastados e não-crentes. 

4- Como o senhor avalia a utilização da Bíblia, liturgia diária, em dispositivos móveis nas missas, catequeses e outras celebrações ? 
De modo geral, acredito que tudo tem sua validade. Mas é preciso levar em conta os objetivos pretendidos, o público que pretendemos alcançar, o contexto em que se está inserido. Posso tomar contato com a liturgia diária através do meu smartphone. Mas devo fazer isso antes de ir à missa, ou logo que chegar na igreja. Mas no momento em que a missa começa... No momento em que a assembleia começa a cantar, acolhendo o presidente da celebração, minha atenção deve estar voltada para aquele momento. E durante a liturgia da Palavra, devo exercitar meus ouvidos, por toda minha atenção e meu coração naquela Palavra que é proclamada. E, por sua vez, a equipe de liturgia deve ter preparado bem a celebração: bons leitores, bons salmistas, boa homilia... Na catequese, no encontro de jovens, posso usar os aplicativos para atrair a atenção da garotada, mas durante um retiro será conveniente? Não sei dizer... O ser humano se distrai facilmente, perde o foco... É preciso pensar com carinho, com cuidado... 

5- Por fim, qual a "dica" que o senhor dá para um bom conhecimento bíblico nestes tempos?
As tecnologias facilitam o acesso, a leitura, estimulam o aprendizado. A editora Paulus, por exemplo, oferece a edição on-line da Bíblia Edição Pastoral; e, melhor ainda, eles disponibilizam uma ferramenta de busca que é perfeita para quem prepara um encontro, um texto, uma homilia... É simples e eficiente. Mas não bastam as tecnologias e as facilidades de acesso. Estudo, oração e acompanhamento são necessários e bem-vindos. Não adianta você ter o melhor carro e não saber dirigir, como não resolve ter a melhor cozinha do mundo, a mais equipada, e não saber cozinhar. Assim, é importante que as pessoas interessadas em conhecer melhor a Palavra estejam ligadas à comunidade, ao corpo da Igreja. É importante que os fiéis organizem encontros de estudo bíblicos e busquem orientação com um padre, ou com uma religiosa, diácono, seminarista ou um leigo bem preparado em teologia e em catequese. Aqueles que tiverem possibilidade devem frequentar uma escola diocesana de catequese ou de teologia, uma casa especializada em retiros espirituais, grupos especializados na Leitura Orante da Bíblia. Sem esses cuidados, tudo pode tornar-se um caminho sem orientação. 


quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Ano da Fé - 25 anos de Sulão!

Reunião do regional Sul1 em preparação a jornada da fé e o VIII Sulão Bíblico-Catequético.

Limeira- 10 de setembro de 2013
Jornada da Fé
Em Roma, o encontro será a ocasião dada aos catequistas para viverem a Peregrinação ao Túmulo do Apóstolo Pedro, no sábado 28 de Setembro, e para serem confirmados na fé do sucessor de Pedro, no domingo 29 de Setembro, na Santa Missa na Praça de São Pedro.

Nos dias anteriores, de 26 a 28 de Setembro, acontecerá o Congresso internacional de catequistas dirigido aos Bispos Presidentes das Comissões Episcopais responsáveis pela Catequese e Evangelização, aos Responsáveis Nacionais dos Serviços de Catequese das Conferências Episcopais, aos Responsáveis Diocesanos da Catequese e a um representante leigo dos Catequistas das dioceses. 

Em comunhão com os catequistas, assessores, padres e bispos que nos representarão em Roma, nós do Regional SUL1, participaremos da Peregrinação no Santuário de Aparecida, no dia 29 de Setembro, com missa às 10 horas, Presidida por Dom VilsonDias, bispo referencial do Sul1. Logo após a Missa, haverá a concentração na tribuna Bento XVI .


Lema: "Catequistas com Maria em Aparecida, a estrela da Nova Evangelização".


VIII Sulão Bíblico-Catequético

Acontecerá em São Leopoldo-RS, de 25 a 27 de outubro de 2013, o VIII SULÃO BÍBLICO-CATEQUÉTICO, que especialmente no ano de 2013, ANO DA FÉ, celebrará 25 anos de caminhada. Sendo assim, o objetivo do evento é resgatar e celebrar a história dos 25 anos do Sulão para reanimar a esperança na caminhada bíblico-catequética e destacar vias e modelos que inspirem o protagonismo de catequistas discípulos missionários para os novos tempos.
O Sulão de Catequese Contará com participantes dos cinco regionais (Oeste 1- Mato Grosso do Sul, Sul 1- São Paulo, Sul 2- Paraná, Sul 3- Rio Grande do Sul, Sul 4- Santa Catarina.
O tema geral escolhido para o evento é: “Catequista, protagonista da Fé, do amor e da esperança”, que sintetiza a vocação própria dos anunciadores da Palavra.

ORAÇÃO DO Vlll SULÃO

Deus nosso Pai, nesta memória dos 25 anos do Sulão, agradecendo pela caminhada feita, te Pedimos de reanimar em todo o Povo de Deus a esperança, sinal da tua presença amorosa e estímulo para o nosso testemunho. 

A tua Palavra continue no centro da vida e da atividade da Igreja. Senhor Jesus, catequista do amor e da esperança, ensina-nos a sermos missionários come tu o foste na Palestina, dois mil anos atrás.

Estejam em nós as atitudes presentes no teu agir: misericórdia com os pecadores, procura dos excluídos, amor aos pobres, coragem da verdade, perseverança e confiança no Pai. 
Deus Espírito Santo, ilumina as nossas mentes para compreender o que significa seguir e anunciar Jesus no mundo de hoje. 

Dá-nos força para confortar os corações atribulados e animar todos com a esperança, que vem da certeza que "Ele está no meio de nós". Maria, nossa mãe, catequista do filho Jesus e primeira missionária, ajuda-nos a sermos perseverantes no anúncio e no testemunho do Evangelho, para que todos tenham vida e vida em plenitude.
 Amém. 

domingo, 8 de setembro de 2013

Reflexão Mês da Bíblia

“ALEGRAI-VOS COMIGO, ENCONTREI O QUE TINHA PERDIDO”


Amados irmãos:

Tradicionalmente, setembro é conhecido em nossas comunidades como o mês da Bíblia. Trata-se de uma proposta para que renovemos algo que deve ser uma constante em nossas vidas e na pastoral da Igreja: o contato direto com a Palavra de Deus, a fim de que ela ilumine nossos passos de discípulos e missionários de Jesus Cristo pelos caminhos da história e sempre tendo os olhos fixos no horizonte do Reino.

Neste ano, o tema apresentado é “Discípulos Missionários a partir do Evangelho de Lucas” e o lema “Alegrai-vos comigo, encontrei o eu tinha perdido”. Trata-se de um lema muito importante, que vem nortear nosso pensamento neste período. Por isso são de grande valor todas as iniciativas que, nas comunidades, ajudem nosso povo a aprofundar seu conhecimento da Palavra e a criar maior familiaridade com a mesma, tornando-a cada vez mais presente em sua caminhada.

Olhando para o evangelho segundo Lucas na perspectiva do lema apresentado, somos impulsionados a manifestar a alegria, uma das características mais salientes do discípulo que caminha com o Ressuscitado, o Mestre. Além de lançar um olhar para todo o Evangelho segundo Lucas, centramos a reflexão no seu capítulo 15, que traz três parábolas: a ovelha perdida e encontrada, a moeda perdida e encontrada e o filho perdido e encontrado. Todas abordam o tema da alegria por encontrar o que estava perdido, mediante um contexto marcado pelo contraste entre os pecadores e publicanos com fariseus e escribas, respondendo assim a murmurações dos que faziam oposição a Jesus, sobretudo em virtude de sua convivência com os dois primeiros grupos, muitas vezes tratados de forma hostil pelos demais. Essas parábolas são, por assim dizer, o coração do Evangelho de Lucas, e estão em total sintonia com um dito sapiencial, que afirmava que o “Filho do Homem veio buscar e salvar o que estava perdido” (cf. 19,10).

Alguns elementos de grande importância são reconhecidos nessas parábolas, como a misericórdia divina, que é tão grande e atenciosa que, além de oferecer o perdão, não mede esforços e empenha-se com todos os seus recursos para encontrar o que estava partido. A primeira parábola, que reporta, por exemplo, a uma tradição veterotestamentária do rei pastor que luta para resgatar uma ovelha (1Sm 17,34-36), expressa com muita clareza esta face de Deus.

A mesma ideia continua a ser apresentada na parábola da moeda perdida e encontrada, com poucas diferenças. Aqui o que se perde não é uma ovelha de um rebanho composto por cem animais, mas um dracma, que representa 1/10 do que a mulher possuía. Ela faz de tudo, cuidadosamente, para recuperar o que perdeu. Fica evidente o grande esforço e empenho pela moeda.

A terceira parábola, mais longa, trata do filho perdido e encontrado. O foco está na atitude do pai em relação aos dois filhos. O Pai vai ao encontro do filho mais novo que, depois de gastar toda sua herança com futilidades, volta para sua casa. O pai também se dirige para o mais velho, que está incomodado com seu amor para o irmão que cometeu tantos erros. A parábola enfatiza o amor desmedido do pai, o que é expresso na ordem dada aos empregados em favor de seu filho (as vestes, o anel, o calçado...). Oxalá não nos sintamos injustiçados por sermos bons cristãos quando percebemos que Deus é assim para com todos os seus filhos(as), e não somente ou exclusivamente conosco, por sermos bons católicos, participantes e cheios de “méritos”! Jamais fechemos os olhos para não reconhecer a gratuidade do amor misericordioso de Deus.

Não pode ficar despercebida a incontida alegria nas três parábolas, ou seja, pela ovelha, pela moeda e pelo filho encontrados.  Eis a alegria de Deus. Nisto devemos também nos alegrar de modo que irradiemos este estado de espírito em forma de testemunho para os demais. Sim, pois este capítulo só pode ser compreendido à luz de todo o Evangelho de Lucas e da própria história da salvação.

Tudo se trata de uma catequese que tem por objetivo nos levar, a exemplo dos primeiros cristãos, à uma experiência com o Ressuscitado, lembrando suas palavras, suas ações e os acontecimentos em Jerusalém, pois o que agora vive é o mesmo que sofreu a paixão e morte. Não dá pra negar o “escândalo” da cruz, caso contrário teremos dificuldades em reconhecê-lo, como os discípulos do caminho de Emaús. O plano salvífico de Deus para com a humanidade é assim. Ele salva, não por nossos méritos, mas por seu amor. A alegria de Deus é a vida dos seus e, por sermos assim tão amados, podemos também nos alegrar.

Que este mês da Bíblia nos faça recordar que, no discipulado de Jesus, é preciso conhecê-lo intimamente, na comunhão com Deus e com os irmãos, o que se expressa de forma maior na celebração da Eucaristia, o “lugar” por excelência do reconhecimento de Jesus Ressuscitado, como os discípulos de Emaús, depois de ouvir sua palavra e de ver o pão partido. De certo modo esta parábola resume a obra de Lucas e nos ensina a relacionar a vida, morte e ressurreição de Jesus e ler as Escrituras à luz dos eventos pascais. Sem estabelecer estas relações, fica difícil encontrar o sentido verdadeiro destes próprios acontecimentos
.
Sejamos capazes de, munidos com a Palavra de Deus, reconhecer que o Senhor verdadeiramente ressuscitou e nos resgatou quando estávamos perdidos no pecado e na morte. Deixemo-nos transformar por esta constatação, que para nós é uma certeza: Jesus vive e, por isso, nos alegremos!

Dom Vilson Dias de Oliveira, DC
Bispo Diocesano de Limeira/SP

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

MÊS DA BÍBLIA 2013

Lema: “Alegrai-vos comigo, encontrei o que estava perdido” (Lc 15).
O Evangelho segundo Lucas sob o prisma do discipulado-missionário, conforme o enfoque do Projeto de Evangelização: O Brasil na missão Continental, é o tema do mês da Bíblia de 2013. O tema escolhido releva o Evangelho do Ano Litúrgico C, e os cinco aspectos fundamentais do processo do discipulado: o encontro com Jesus Cristo, a conversão, o seguimento, a comunhão fraterna e a missão propriamente dita. O lema indicado pela Comissão Bíblico-Catequética da Conferência dos Bispos do Brasil (CNBB) é: “Alegrai-vos comigo, encontrei o que estava perdido” (Lc 15). 
Quem é o autor?
Desde o século II a obra foi considerada de Lucas. Muitos comentaristas atribuem à profissão de médico (cf. Cl 4,14) e o identificam com o discípulo e colaborador de Paulo (cf. Fm 23ss, 2Tm 4,11). Porém, essa relação entre Paulo e Lucas, vem sendo questionada, visto que há muitas diferenças entre a Teologia de Paulo e de Lucas.  Baseado na falta de consenso dos estudiosos em determinar quem é o autor do terceiro evangelho, deduz-se pelo texto que o autor, provavelmente, é um cristão proveniente do paganismo e de origem grega. O autor é influenciado pelo estilo dos historiadores (Lc 2,1-2) e dos poetas gregos; utiliza a tradução grega da Bíblia e conhece bem o Império Romano. 
Quando? Onde foi escrito? Com qual finalidade?
O Evangelho de Lucas provavelmente deve ter sido escrito entre os anos 80 a 90 e não há uma localização exata sobre onde foi escrito, mas a proposta apresentada pelos biblistas, seria entre as regiões da Grécia ou da Síria.  O evangelista dá prioridade aos cristãos provenientes do paganismo de cultura grega e aos judeus que moravam fora da Palestina (na diáspora).  No evangelho percebe-se que o redator final pertencia a uma comunidade mista cultural e economicamente e, passa por um período de crise. Portanto, o evangelho se dirige às comunidades que já receberam a primeira evangelização.  Diante da catástrofe que foi a guerra judaica (70 E.C.) e os conflitos internos e externos que transparecem no texto, provavelmente a finalidade do Evangelho segundo Lucas seria a de fortalecer a fé das comunidades e reforçar o seu papel na história da salvação e, assim, mantê-las corajosamente no seguimento a Jesus Cristo. 
Estrutura do Evangelho Segundo Lucas
Existem várias formas de estruturar o Evangelho Segundo Lucas. A nossa proposta é de subdividi-lo em seis partes. A primeira parte é o prólogo, no qual o autor explica os motivos que o levaram a escrever o Evangelho, apresenta o método utilizado e o dedica a Teófilo (1,1-4). Lc 1,5-4,15 corresponde à segunda parte, na qual contém a narração, em paralelo, do nascimento e da infância de João Batista e de Jesus. Bem como, a apresentação, pregação e encarceramento de João Batista, e os acontecimentos que precedem o ministério público de Jesus (batismo, sua genealogia e as tentações – Lc 3,1-4,13).
O autor relata, na terceira parte (Lc 4,14-9,50), o início do Ministério de Jesus na Galileia, marcado pela rejeição em Nazaré, as atividades em Cafarnaum e no lago; controvérsias com os fariseus, ensinamentos, milagres, parábolas e questões referentes à sua identidade. Essa parte conclui-se com a transfiguração.  Na quarta parte, encontra-se o Relato da viagem de Jesus a Jerusalém e a sua pedagogia para com seus discípulos e discípulas, apresentando as exigências no seguimento e os pontos fundamentais do Reino de Deus (9,51-19,27).  Em Lc 19,28-21,38, quinta parte, o autor narra o ministério de Jesus em Jerusalém com a entrada e atividade na área do Templo e o discurso escatológico.  Na sexta parte do Evangelho Segundo Lucas (22,1-24,53) encontram-se os relatos da paixão, morte, sepultamento (22,1-23,56a), das aparições do ressuscitado (23,56b-24,35) junto ao túmulo vazio e no caminho de Emaús (24,13-35); e finaliza com a ascensão ao céu (24, 36-53). 
Linhas fundamentais da Teologia Lucana
Os pontos fundamentais da Teologia Lucana são os seguintes: Teologia da História, a Salvação, os títulos de Jesus Cristo, a importância de Jerusalém. Outras colunas fundamentais são: a ênfase na oração, o papel das mulheres no seguimento, a contraposição entre pobreza e riqueza, como uma das características da ética lucana e a presença forte do Espírito Santo.
Teologia da História
A teologia Lucana é marcada por uma ênfase na história da salvação, que é dividida em três períodos: 1) o tempo da preparação, ou período da promessa, que seria a história de Israel (AT), representado pelas personagens Zacarias, Isabel e João Batista; 2) o tempo do cumprimento da promessa que é o tempo da vida de Jesus; e 3) o tempo do anúncio, da Igreja, retratado no Livro dos Atos dos Apóstolos.  Uma peculiaridade na concepção histórico-salvífica de Lucas, é sua abertura universal. Portanto, a salvação atinge todo o tempo e todas as pessoas, a humanidade (cf. Lc 2,30-32; 3,6; 9,52-53; 10,33; 17,16). Com isso, nos aponta para outro ponto fundamental que é o tema da Salvação. 
Salvação
Não podemos compreender a salvação como um “ir para o céu” após a nossa morte, mas a salvação acontece na história. Para a Teologia Lucana, salvação e libertação são termos equivalentes. Com isso, podemos dizer que a salvação contempla a totalidade da pessoa, em suas múltiplas relações, ou seja, é o restabelecer a justa relação com Deus, com os outros, consigo mesmo e com todo o Universo. Nesse sentido, Jesus é o nosso “Salvador” (Lc 2,11; cf. At 5,31; 13,23), pois é ele que nos mostra, com a sua encarnação, o sentido profundo da humanização das relações. 
Jesus Cristo 
Jesus Cristo, na Teologia Lucana, é apresentado como compassivo-misericordioso (cf. Lc 7,13; 10,33; 15,20) e como um profeta eleito por Deus, para levar a Boa Nova aos pobres (Lc 4,16-30; 7,36-50; 13,32-34). Ele também é o lugar por excelência da revelação de Deus (Lc 1,42).  O título de Senhor está vinculado ao seu ministério público e é apresentado como o Messias enviado por Deus, para salvar o seu povo (Lc 1,47; 2,11.30-32).  Jesus, em Lucas, é caracterizado pelo acolhimento dos samaritanos, publicanos (Lc 5,27: Levi e Lc 19,2-10: Zaqueu), dos pecadores (Lc 7,36-50; Lc 15,11-32); da viúva (Lc 7,11-17), enfim dos marginalizados e excluídos da sociedade.
Cidade de Jerusalém 
Lucas dá à cidade de “Jerusalém” um grande destaque, pois é o único que começa e termina em Jerusalém (1,5-23; 24,53). Jesus também participa das festas no templo, em Jerusalém (2,22.42), e metade do evangelho narra a sua viagem e estadia nessa cidade (9,50-21,38). Portanto, Jerusalém é o ponto de chegada de Jesus para realizar a obra (Lc 17,11; Lc 19,28-38) e o ponto de partida para as comunidades que, após a ressurreição, continuarão a sua missão (Lc 24,52). 
Oração 
A dimensão orante, em Lucas, está presente em toda a vida de Jesus, sobretudo, nos momentos mais importantes (Lc 1,10-11.13; 3,21; 5,16.33; 6,12; 9,18.28; 11,1.2-8; 18,9-14; 22,32.41; 23,46).  O autor não somente nos informa que Jesus reza, mas nos apresenta o conteúdo da sua oração (Lc 10,21-24; 22,42; 23,46), frisa o pedido dos discípulos (Lc 11,1) para ensiná-los a rezar e enfatiza a eficácia de ser perseverante na oração (Lc 18,1-8; 19,6-8; 21,36).
A ética Lucana 
Outro ponto é a contraposição entre pobreza e riqueza, que é um dos aspectos centrais do seu programa ético. Diante dessa implicação ética da fé, Lucas reforça a dimensão do despojamento, como uma das principais exigências do seguimento a Jesus (Lc 5,11; 6,29-36; 9,58; 12,33-34; 14,33; 18,22.25; 21,1-4) e sinal concreto de conversão. Consequentemente, sublinha a confiança incondicional na providência divina (12,29-30).  Em Lucas o termo “pobre” não é visto somente na perspectiva socioeconômica, mas compreende também os presos, os oprimidos (Lc 4,18), os desolados, os aborrecidos e difamados, os perseguidos (Lc 6,20-22) e inclusive os mortos (Lc 7,22). 
O Papel das mulheres 
As mulheres têm uma presença e uma participação marcante no Evangelho Segundo Lucas. Desde o início, Lucas apresenta a estéril Isabel, recordando a história das matriarcas e nos aponta para a dimensão teológica, como aquela pessoa que está totalmente disponível ao dom de Deus e reforça a intervenção extraordinária do poder de Deus no útero feminino, lugar privilegiado da ação divina.  No útero dessa história, surge Maria, aquela que se dispõe a participar da história da salvação. É nela que começa a se manifestar o mistério do Deus encarnado.  Ela é o modelo do discípulo/ da discípula, pois acolhe Jesus, está presente no seu ministério (4,16-30), participa da sua dor e da sua rejeição durante a sua missão.  Além disso, Lucas apresenta outras mulheres, que seguem Jesus desde a Galileia (Lc 8,1-3), estão presentes na sua morte e são as primeiras testemunhas da Ressurreição (Lc 22,27 e 23,50-56). Também são narradas várias curas e encontros significativos, nos quais as mulheres são protagonistas. 
Espírito Santo e a Alegria 
Lucas é o evangelista que dá maior importância à figura do Espírito Santo e a necessidade de uma abertura à sua ação. O Evangelho inicia apresentando a ação do Espírito, no nascimento de João Batista (Lc 1,15) e na encarnação de Jesus (1,41). Está presente em momentos significativos do ministério público de Jesus (3,22; 4,1.14.18; 11,13) e é Ele que revela a presença de Deus na história (2,26).  O último ponto é o tema da alegria. O autor reforça a certeza de que a verdadeira alegria nasce do seguimento de Jesus, do agir misericordioso, do desprendimento constante, do se deixar guiar pelo Espírito, da experiência profunda de que Jesus Cristo morto e ressuscitado é a Boa-Nova para toda a humanidade. 
O Subsídio (livreto)
O subsídio será dividido em quatro encontros e uma celebração final, com a finalidade de estudar estes textos em grupos (círculos bíblicos), nas pastorais ou por pessoas interessadas em acompanhar as atividades do mês de setembro, de uma forma especial, escutando e aprofundando a Palavra. O primeiro encontro tratará sobre Lc 4,14-30, com a narrativa do início da missão pública de Jesus na Galileia. O relato é marcado pela presença de Jesus na sinagoga e tem como centro a proclamação do cumprimento do texto do profeta Isaías (Is 61,1-2), que descreve, de modo concreto, a missão do Messias e a salvação que é anunciada a todos. 
Os temas da vocação, missão e as exigências do discipulado serão abordados no segundo encontro. Este tema está em ressonância com a perspectiva do tema deste ano, que é o discipulado-missionário em Lucas e objetiva mostrar a radicalidade, na resposta dos chamados ao discipulado (Lc 5,11) e acentua o desprendimento que é uma atitude própria de todo discípulo, no seguimento de Jesus e, sobretudo no Evangelho Segundo Lucas.  No terceiro encontro aprofundaremos sobre o papel das mulheres, no seguimento de Jesus.  O último encontro tratará sobre os desafios e problemas no seguimento, priorizando Lc 15. 
Na celebração final percorreremos o caminho realizado durante os encontros e celebraremos com Lc 24,13-35. É um relato exclusivo de Lucas e descreve o caminho catequético-litúrgico, marcado pelo escutar e reler as Escrituras, à luz do Mistério Pascal de Jesus e o reavivar em nós a certeza de que é no partir o pão, que o encontro com o ressuscitado se faz sempre presente. É por meio desse encontro que somos chamados/as a anunciar a Alegre Notícia: Jesus ressuscitou e vive em nosso meio. 
Orientações práticas
O animador ou a animadora do grupo de estudo, é convidado/a a: 
· Providenciar antecipadamente o material, para preparar o ambiente da reunião. As sugestões de símbolos serão indicadas no início de cada reunião. 
· Verificar se os cantos são conhecidos ou escolher outros mais apropriados, com o grupo. 
· Ler antecipadamente o texto de aprofundamento, presente no início de cada reunião. 
BIBLIOGRAFIA 
Para aprofundar o tema, ler: 
· MOREIRA, Gilvander Luís. Lucas e Atos: uma teologia da história. Teologia Lucana. São Paulo, Paulinas, 2004. (Coleção Bíblia em Comunidade. Teologia Bíblica,12).
· RETAMALES, Santiago Silva. Discípulos de Jesus e discipulado segundo a obra de São Lucas. São Paulo: Paulinas; Paulus, 2005. (Coleção Quinta Conferência: Bíblia).

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Nota de Condolências



Recebi com tristeza e pesar a notícia do falecimento de Dom Joaquim Justino Carreira, Bispo Diocesano de Guarulhos, SP.

Neste momento de dor, manifesto em meu nome e em nome de toda a Diocese de Limeira, as condolências aos familiares e todo clero da Diocese de Guarulhos, e expresso meus sentimentos pelo passamento deste irmão no episcopado que, agora, é chamado a viver em plenitude a vida dos justos.

Dom Joaquim foi um homem forte. Nos últimos meses, lutou dignamente contra sua doença e chega à morada do Senhor como exemplo de pessoa que viveu intensamente seu ministério sacerdotal e episcopal, sempre ao lado de seu rebanho. 

Foi grande anunciador do evangelho e deixou mensagens de otimismo e esperança, trabalhando incansavelmente pelo Reino de Deus, por isso ouve neste momento a voz do Pai que lhe diz: “Servo bom e fiel, entra na alegria do teu Senhor!” (Mt 25, 21).

Elevo preces a Deus pelos por todos os diocesanos, familiares e amigos que vivem este momento com profunda consternação e dor. Peço que Deus os conforte, os abençoe e os guarde em seu amor
Limeira, 02 de setembro de 2011.


Dom Vilson Dias de Oliveira, DC
Bispo Diocesano de Limeira
Presidente da Sub-região Pastoral Campinas

o velório está acontecendo na Catedral de Guarulhos; e a missa exequial, com o sepultamento  será hoje, dia, 3/9, às 15h na Catedral de Guarulhos. 

domingo, 1 de setembro de 2013

MENSAGEM DOM VILSON - 6º ANO DE ORDENAÇÃO EPISCOPAL -

Amados Irmãos e Irmãs;

Com o coração pleno de alegria completo, neste 1º de setembro de 2013, meu 6º ano no Episcopado, agraciado por Deus por estar ao lado de todos vocês nessa Igreja Particular de Limeira.

Nesta ocasião, agradeço o carinho e respeito que recebi de todos os meus irmãos no episcopado, particularmente do Regional Sul 1 e da Sub-Região Campinas, nossos queridos padres, diáconos permanentes, seminaristas, agentes de pastorais, movimentos e serviços e do Povo de Deus a mim confiado. Gratidão aos padres Doutrinários que me acompanharam em minha formação presbiteral e nos trabalhos e diversos lugares por onde passei. 

Agradeço também as autoridades políticas, civis, militares e a imprensa pela demonstração de consideração e afeto nas 16 cidades de nossa diocese.

Um agradecimento especial faço aos meus familiares, minha mãe, Sra. Elza Athayde de Souza Oliveira, meus irmãos/ãs, cunhados/as, sobrinhos e demais, pelo apoio, incentivo, compreensão e por sempre estarem ao meu lado.

Uma recordação e um abraço especial à Equipe de Catequese do Regional Sul 1, à Equipe que trabalha na Catequese junto às Pessoas com Deficiência, aos catequistas de nossa Diocese e do nosso Regional. Deus abençoe e guarde a todos/as. 

Ao rever esses 6 (seis) anos de minha ordenação episcopal, fico feliz em ver o quanto a diocese de Limeira cresceu e evoluiu nesse período, com a criação de novas paróquias, ordenação de 37 novos presbíteros diocesanos e 3 presbíteros religiosos; a ordenação de 12 Diáconos Permanentes e a participação mais ativa de nossas pastorais, movimentos e serviços. Através da nossa intercessão tivemos nesse período a ereção de 1 Basílica Menor N. Sra. Patrocínio, em Araras; do Santuário Santo Antônio em Americana, em junho/2013; e brevemente do Santuário São Sebastião em Porto Ferreira, em novembro/2013.

Laços de amizade se construíram ao longo desses últimos anos, não podendo deixar de declarar a minha eterna gratidão a todos que tão bem me acolheram nas suas famílias e comunidades nas mais variadas cidades de nossa diocese.

Uma gratidão especial aos padres e às suas comunidades pelo apoio dados às nossas equipes de formação presentes na Escola de Teologia, Escola de Catequese, Escola de Fé e Política, Escola Diaconal, Escólica da Juventude. Além disso, também o apoio dado à construção de dois locais no CDL para os eventos diocesanos: o bloco de 40 apartamentos e o bloco para refeitório, cozinha, administração e sanitários. E agora já em fase de acabamento o prédio das Escolas, que deverá ser inaugurado em março de 2014. Deus abençoe a todos vocês pela acolhida e apoio desta importante iniciativa.

Hoje, peço a Deus por todo o povo de Deus de nossa diocese. Que continuemos a desempenhar nossos trabalhos e esforços para uma Igreja cada dia melhor e mais solidária e que, guiados pelo Espírito Santo, possamos levar a Boa Nova de Cristo por toda a diocese. Sejamos construtores da vida e da paz!

Que o Deus de bondade, por intercessão da padroeira de nossa diocese, Nossa Senhora das Dores, abençoe vocês, seus familiares e suas comunidades. “Cristo é a nossa Paz”.

Limeira, 01 de setembro de 2013.
Dom Vilson Dias de Oliveira, DC
Bispo Diocesano de Limeira, SP