domingo, 30 de agosto de 2015

MENSAGEM AOS CATEQUISTAS - 2015



Celebramos neste domingo, dia 30 de agosto de 2015, 22º Domingo do Tempo Comum, O DIA DOS CATEQUISTAS. Somos convidados a renunciar tudo para seguir a Cristo livremente. É preciso entender esse chamado divino para sermos seus verdadeiros discípulos e discípulas.

O Senhor nos faça experimentar a alegria da convivência fraterna, sem dominação e nos ajude a assumir o serviço desinteressado e gratuito a todos os excluídos de uma vida digna. Neste domingo queremos recordar de forma especial a vocação e missão dos catequistas, vocação de profeta, aquele(a) que fala em nome de Deus a serviço da comunidade que pertence.

O celebrar nos remete a fazer memória, lembrar, reviver e a festejar a ação de Deus em todos os acontecimentos da vida. Hoje, queremos trazer presente a multidão de catequistas que em nossas comunidades semeiam a esperança, anunciando o Deus da vida.

Toda a Igreja se alegra ao ter em suas comunidades muitos e muitas catequistas capazes de promover uma “catequese ativa e eficaz”, na qual a fé e a vida se entrelaçam para gerar mais dignidade ao homem e à mulher nas suas reais situações.

Assim sendo, nós queremos bendizer ao Senhor porque chamou os catequistas para fazer ressoar e viver a tua Palavra em todos os cantos da realidade de nossa Igreja. Queremos colocar todos os catequistas nas mãos do Senhor, para eles e elas se deixem modelar pela paz e esperança do Cristo, Mestre e Senhor.

E queremos rezar ao Senhor neste dia: Ó Deus de ternura, tu consagraste e ungiste com teu Espírito o teu Filho Jesus para nos libertar, e realizar o teu Reino entre nós. Abençoa com teu amor todos os catequistas para que sejam o bom perfume, espalhando o Evangelho por todos os cantos do mundo. Amém!

O Concílio Vaticano II nos fala a respeito das (os) catequistas: “É digna de louvor aquela falange, tão grandemente benemérita da obra missionária entre os povos, os catequistas, homens e mulheres, que imbuídos do espírito apostólico com ingentes esforças trazem singular e indispensável auxilio à expansão da fé da Igreja” (AG, n.17).

A todos os catequistas minha mensagem de paz e de esperança na edificação do Reino. Que a bênção de Deus, por intercessão de Nossa Senhora das Dores, esteja com todos vocês e suas famílias. Um grande abraço terno e fraterno a todos e todas. Com estima,

Limeira, 30 de agosto de 2015.

Dom Vilson Dias de Oliveira, DC
Bispo Diocesano de Limeira, SP.

terça-feira, 11 de agosto de 2015

CONGREGAÇÃO PARA O CULTO DIVINO E A DISCIPLINA DOS SACRAMENTOS CARTA CIRCULAR: O SIGNIFICADO RITUAL DO DOM DA PAZ NA MISSA

1. "Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz"[1], são as palavras com as quais Jesus promete aos discípulos reunidos no cenáculo, antes de enfrentar a paixão, o dom da paz, para infundir-lhes a gozosa certeza de sua presença permanente. Depois de sua ressurreição, o Senhor leva ao termo sua promessa apresentando-se no meio deles, no lugar em que se encontravam por temor aos Judeus, dizendo: "A paz esteja convosco!"[2]. A paz, fruto da Redenção que Cristo trouxe ao mundo com sua morte e ressurreição, é o dom que o Ressuscitado segue oferecendo hoje a sua Igreja, reunida para a celebração da Eucaristia, de modo que possa testemunhá-la na vida de cada dia.


2. Na tradição litúrgica romana o sinal da paz, colocado antes da Comunhão, tem um significado teológico próprio. Este encontra seu ponto de referência na contemplação eucarística do mistério pascal - diversamente de como fazem outras famílias litúrgicas que se inspiram na passagem evangélica de Mateus (cf. Mt 5, 23) - apresentando-se assim como o "beijo pascal" de Cristo ressuscitado presente no altar [3]. Os ritos que preparam a comunhão constituem um conjunto bem articulado dentro do qual cada elemento tem seu próprio significado e contribui ao sentido do conjunto da sequência ritual, que conduz à participação sacramental no mistério celebrado. O sinal da paz, portanto, se encontra entre o Pater noster - ao qual se une mediante o embolismo que prepara ao gesto da paz - e a fração do pão - durante a qual se implora ao Cordeiro de Deus que nos dê sua paz -. Com este gesto, que significa a paz, a comunhão e a caridade"[4], a Igreja implora a paz e a unidade para si mesma e para toda a família humana, e os fiéis expressam a comunhão eclesial e a mútua caridade, antes da comunhão sacramental"[5], isto é, a comunhão no Corpo de Cristo Senhor.

3. Na Exortação Apostólica pós-sinodal Sacramentum caritatis o papa Bento XVI havia confiado a esta Congregação a tarefa de considerar a problemática referente ao sinal da paz[6], com o fim de salvaguardar o valor sagrado da celebração eucarística e o sentido do mistério no mundo da Comunhão sacramental: "A Eucaristia é por sua natureza sacramento da paz. Esta dimensão do Mistério eucarístico se expressa na celebração litúrgica de maneira específica com o gesto da paz. Trata-se indubitavelmente de um sinal de grande valor (cf. Jo 14, 28). Em nosso tempo, tão cheio de conflitos, este gesto adquire, também a partir ponto de vista da sensibilidade comum, um relevo especial, já que a Igreja sente cada vez mais como tarefa própria pedir a Deus o dom da paz e a unidade para si mesma e para toda a família humana. [...] Por isso se compreende a intensidade com que se vive frequentemente o rito da paz na celebração litúrgica. A este propósito, contudo, durante o Sínodo dos bispos se viu a conveniência de moderar este gesto, que pode adquirir expressões exageradas, provocando certa confusão na assembleia precisamente antes da Comunhão. Seria bom recordar que o alto valor do gesto não fica diminuído pela sobriedade necessária para manter um clima adequado à celebração, limitando por exemplo a troca da paz aos mais próximos"[7].

4. O Papa Bento XVI, além de destacar o verdadeiro sentido do rito e do sinal da paz, punha em evidência seu grande valor como colaboração dos cristãos, para preencher, mediante sua oração e testemunho, as angústias mais profundas e inquietantes da humanidade contemporânea. Por esta razão, renovava seu convite para cuidar este rito e para realizar este sinal litúrgico com sentido religioso e sobriedade.

5. O Discasterio, baseado pelas disposições do Papa Bento XVI, dirigiu-se às Conferências dos bispos em maio de 2008 pedindo seu parecer sobre se manter o sinal da paz antes da Comunhão, onde se encontra agora, ou se mudá-lo a outro momento, com o fim de melhorar a compreensão e o desenvolvimento de tal gesto. Traz uma profunda reflexão, se viu conveniente conservar na liturgia romana o rito da paz em seu lugar tradicional e não introduzir mudanças estruturais no Missal Romano. Oferecem-se na continuação algumas disposições práticas para expressar melhor o conteúdo do sinal da paz e para moderar os excessos, que suscitam confusão na assembleia litúrgica antes da Comunhão.

6. O tema tratado é importante. Se os fiéis não compreendem e não demonstram viver, em seus gestos rituais, o significado correto do rito da paz, debilita-se o conceito cristão da paz e se vê afetada negativamente sua própria frutuosa participação na Eucaristia. Portanto, junto às precedentes reflexões, que podem constituir o núcleo de uma oportuna catequese a respeito, para a qual se ofereceram algumas linhas orientativas, submete-se a prudente consideração das Conferências dos bispos algumas sugestões práticas:

a). Esclarece-se definitivamente que o rito da paz alcança já seu profundo significado com a oração e o oferecimento da paz no contexto da Eucaristia. O dar-se a paz corretamente entre os participantes na Missa enriquece seu significado e confere expressividade ao próprio rito. Portanto, é totalmente legítimo afirmar que não é necessário convidar "mecanicamente" para se dar a paz. Se se prevê que tal troca não se levará ao fim adequadamente por circunstâncias concretas, ou se retem pedagogicamente conveniente não realizá-lo em determinadas ocasiões, pode-se omitir, e inclusive, deve ser omitido. Recorda-se que a rubrica do Missal disse: Deinde, pro opportunitate, diaconus, vel sacerdos, subiungit: Offerte vobis pacem"[8].

b). Baseado nas presentes reflexões, pode ser aconselhável que, com ocasião da publicação da terceira edição típica do Missal Romano no próprio País, ou quando se façam novas edições do mesmo, as Conferências considerem se é oportuno mudar o modo de se dar a paz estabelecido em seu momento. Por exemplo, naqueles lugares em nos quais se optou por gesto familiares e profanos de saudação, traz a experiência destes anos, poderiam-se substituir por gestos mais apropriados.

c). De todos os modos, será necessário que no momento de dar-se a paz se evitem alguns abusos tais como:

- A introdução de um "canto para a paz", inexistente no Rito romano [9].

- Os deslocamentos dos fiéis para trocar a paz.

- Que o sacerdote abandone o altar para dar a paz a alguns fiéis.

- Que em algumas circunstâncias, como a solenidade de Páscoa ou de Natal, ou Confirmação, o Matrimônio, as sagradas Ordens, as Profissões religiosas ou as Exequias, o dar-se a paz seja ocasião para felicitar ou expressar condolências entre os presentes[10].

d). Convida-se igualmente a todas as Conferências dos bispos a preparar catequeses litúrgicas sobre o significado do rito da paz na liturgia romana e sobre seu correto desenvolvimento na celebração da Santa Missa. A este propósito, a Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos acompanha a presente carta com algumas pistas orientativas.

7. A íntima relação entre lex orandi e lex credendi deve obviamente estender-se a lex vivendi. Conseguir hoje um compromisso sério dos católicos frente a construção de um mundo mais justo e pacífico implica uma compreensão mais profunda do significado cristão da paz e de sua expressão na celebração litúrgica. Convida-se, então, com insistência a dar passos eficazes em tal matéria já que dele depende a qualidade de nossa participação eucarística e o que nos vejamos incluídos entre os que merecem a graça prometida nas bem-aventuranças aos que trabalham e constroem a paz[11].

8. Ao finalizar estas considerações, exorta-se aos bispos, e sob sua guia, aos sacerdotes a considerar e aprofundar no significado espiritual do rito da paz, tanto na celebração da Santa Missa como na própria formação litúrgica e espiritual ou na oportuna catequese aos fiéis. Cristo é nossa paz[12], a paz divina, anunciada pelos profetas e pelos anjos, e que Ele trouxe ao mundo com seu mistério pascal. Esta paz do Senhor Ressuscitado é invocada, anunciada e difundida nas celebrações, também através de um gesto humano elevado ao âmbito sagrado.

O Santo Padre Francisco, no dia 7 de junho de 2014, aprovou e confirmou o que se contém nesta Carta circular, preparada pela Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, e ordenou sua publicação.

Na sede da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, ao dia 08 de junho de 2014, na solenidade de Pentecostes.

Antônio Card. CAÑIZARES LLOVERA
Prefeito
Arthur ROCHE
Arcebispo Secretário

NOTAS
[1]. Jo 14, 27
[2]. Cfr. Jo 20, 19-23.
[3]. Cf. MISSALE ROMANUM ex decreto SS. Concilii Tridentini restitutum summorum pontificum cura recognitum, Editio typica, 1962, Ritus servandus, X, 3.
[4]. CONGREGAÇÃO PARA O CULTO DIVINO E A DISCIPLINA DOS SACRAMENTOS, Instr., redemptionis sacramentum, 25 de março de 2004, n. 71: AAS 96 (2004) 571.
[5]. MISSALE ROMANUM, ex decreto sacrosancti Oecumenici Concilii Vaticani II instauratum, auctoritate Pauli Pp. VI promulgatum, Ioannis Pauli Pp. II cura recognitum, editio typica tertiam, diei 20 aprilis 2000,Typis Vaticanis, reimpressio emendata 2008, Ordenação Geral do Missal Romano, n. 82.
[6]. Cf. BENTO XVI, Exhort. Apost. pós-sinod., Sacramentum caritatis, 22 de fevereiro de 2007, n. 49: AAS 99 (2007) 143
[7]. Cf. Bento XVI, Exhort. Apost., Sacramentum caritatis, 22 de fevereiro de 2007, n. 49, nota n. 150: AAS 99 (2007) 143.
[8]. MISSALE ROMANUM, Ordo Missae, n. 128
[9]. No rito romano não está tradicionalmente previsto um canto para a paz porque se prevê um tempo brevíssimo para dar a paz somente aos mais perto. O canto da paz sugere, pelo contrário, um tempo muito largo para a troca da paz.
[10]. Cf. Ordenação Geral do Missal Romano, n. 82: "Conveniente, contudo, que cada um expresse sobriamente a paz somente aos que tem mais próximo"; n. 154: "O sacerdote pode dar a paz aos ministros, permanecendo sempre dentro do presbitério, para não alterar a celebração. Faça-se do mesmo modo se, por uma causa razoável, deseja dar a paz a alguns fiéis"; CONGREGAÇÃO PARA O CULTO DIVINO E A DISCIPLINA DOS SACRAMENTOS, Instr., Redemptionis sacramentum, 25 de março de 2004, n. 72: AAS 96 (2004) 572.
[11]. Cf. Mt 5, 9ss.
[12]. Ef. 2, 14.
FONTE

PARA CITAR
CONGREGAÇÃO PARA O CULTO DIVINO E A DISCIPLINA DOS SACRAMENTOS: CARTA CIRCULAR: O SIGNIFICADO RITUAL DO DOM DA PAZ NA MISSA - Disponível em: <http://www.apologistascatolicos.com.br/index.php/concilio-vaticano-ii/diversos/711-carta-circular-sobre-o-sinal-da-paz-na-santa-missa-congregacao-para-o-culto-divino-e-a-disciplina-dos-sacramentos>. Desde: 01/08/2014. Tradução: SDS.



sexta-feira, 7 de agosto de 2015

19º DOMINGO DO TEMPO COMUM - 09 de agosto de 2015

Eu sou o pão entregue pela vida do mundo

Leituras: Primeiro Livro dos Reis 19, 4-8; Salmo 33 (34), 2.3.4-5.6-7.8-9 (R/9a; Carta de São Paulo aos Efésios 4, 30-5,2; João 6, 41-51.

COR LITÚRGICA: VERDE

Animador: Jesus continua a insistir na necessidade de crer Nele, porque Ele é o verdadeiro maná descido do céu. É um pão que traz em si a própria vida que vem de Deus. Nesta celebração, em que rezamos pela vocação para a vida em família, queremos rezar pela santificação de nossas famílias, para que seja um lugar do cultivo do amor, da comunhão, do diálogo, da acolhida, do perdão, da realização humana, da fidelidade e da paz. E peçamos de um modo especial por nossos pais, que optaram pela paternidade em favor da vida. Não é apenas gratidão e afeto que pretendemos demonstrar-lhes, mas também admiração pela missão que lhes foi confiada: colaboradores de Deus na reprodução e defesa da vida.

1. Situando-nos brevemente
Neste 19º domingo, Jesus continua seu discurso sobre o pão do céu. Diante da revelação de Jesus, há reação por parte de seus conterrâneos. Jesus não aprova a murmuração e recorda que é preciso abrir o coração para o Pai, porque é d’Ele que vem a graça de aderir a seu caminho de radicalidade.

Acolhendo Jesus, alimentando-nos do pão, crendo e permanecendo em suas palavras, participamos da vida nova oferecida por Ele. Assim como Jesus, sejamos pão vivo repartido para a vida do mundo.

Diante de tantas situações de morte e desalento que vive nosso mundo, hoje renovamos a fé em Jesus, Pão vivo, descido do céu e nos comprometemos a fazer nossa parte para que as situações injustas sejam transformadas. Hoje, Dia dos Pais, rezemos por eles que se dedicam a educar seus filhos. Que Jesus seja luz em seu caminhar.

2. Recordando a Palavra
O Evangelho de João continua o discurso sobre o pão de vida, pronunciado por Jesus na sinagoga de Cafarnaum (cf. 6, 22-59). O ensinamento de Jesus recorda ao acontecimento do êxodo, as dificuldades do povo na travessia do deserto, suas murmurações especialmente por causa da falta de alimentos. A murmuração, que revela também a falta de confiança em Deus, fez Moisés lhes dar a água (cf. Ex 15, 22-27) e o maná (cf. Ex 16,2s). Jesus revela-se como o pão que desce do céu, para oferecer a vida plena ao ser humano.

Os ouvintes de Jesus começaram a murmurar, porque Ele dissera: “Eu sou o pão que desceu do céu” (6,41). As origens conhecidas de Jesus levam à sua rejeição: “Esse não é Jesus, o filho de José. Não conhecemos nós o seu pai e sua mãe? ” (6,42). A expressão “eu sou” (6,41.48), que remete à revelação do nome de Deus (cf. Ex 3,14), manifesta a origem divina de Jesus.

O mistério da pessoa de Jesus, “a Palavra que se fez carne e veio morar entre nós” (1,14), não se esgota pelo conhecimento humano. A falta de fé dificulta o acolhimento de Jesus, o Filho de Deus. Muitas afirmavam que Jesus não podia ser “do céu” (7,27-28) e que da “Galileia não surge profeta” (7,52); que Ele era “um homem pecador” (cf. 9,24).

Crer é fundamental para acolher Jesus, como “o Enviado do Pai” que oferece a vida em plenitude. É necessária abertura à ação da misericórdia divina: “ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou não o atrair” (6,44). O Pai atrai o ser humano, concedendo-lhe a graça de crer e seguir seu Filho amado.

Todos são chamados a se deixar instruir pelos ensinamentos do Pai, revelados por Jesus. Isaias anunciou que todos seriam discípulos do Senhor (cf. 54,13; cf. Jr 31,33-34). Não é possível ser “ensinado por Deus” à parte de ouvir a Palavra de Jesus e crer nela (cf. 1,18; 3,33; 5,37).

Quem acredita participa da vida eterna, revelada por Jesus no presente e que se plenificará na ressurreição final junto ao Pai. A adesão a Jesus, “o pão da vida”, proporciona a experiência da comunhão com a vida que está nas mãos de Deus. Os que se alimentam de Jesus, “o pão vindo do céu”, viverão eternamente.

Os israelitas, que saíram da escravidão do Egito, morreram antes de chegar à terra prometida. Eles se alimentaram com o maná, sinal que prefigura o alimento oferecido por Jesus, “o pão vivo que dá vida ao mundo” e conduz à libertação definitiva.

A grande revelação de Jesus – “Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Quem come deste pão viverá eternamente. E o pão que eu darei é a minha carne, entregue pela vida do mundo” (6,51) – é uma alusão à paixão de Jesus, “o pão vivo”, que oferece seu corpo e sangue como comida e bebida, verdadeiro alimento para a vida que triunfa sobre a morte. Ele é a Palavra que assume o ser humano inteiro, tornando-se “carne” e, em sua humanidade, entrega a vida pelo mundo. Em sua carne, Jesus tornou-se o “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (cf. 1,29) e oferece a vida em abundância.

A leitura do primeiro livro dos Reis mostra que Elias, perseguido por causa de sua atuação profética, caminha pelo deserto até o Horeb. Elias exerce a missão no reino do norte (Israel), durante o século IX a.C., em um tempo em que havia a necessidade de voltar às origens da fé em Deus. O deserto e o monte Horeb recordam a caminhada do povo de Israel, a experiência do Deus da libertação que escuta o clamor do oprimido (Cf. Ex 3,7).

Como o povo no deserto, o profeta Elias é fortalecido pela presença de Deus, que alimenta e conduz a caminhada em meio às adversidades: “Levanta-te e come! Ainda tens um caminho longo a percorrer” (19,7). Elias encontra o Deus suave que se aproxima da fragilidade humana (cf. Is 42,2-4), não o Deus poderosos que se manifesta na força do vento, do terremoto, do fogo (Cf. Ex 19,16-18; Sl 18,8-16; 29, 5-10).

O Salmo 33 (34) é uma oração pessoal de ação de graças ao Senhor, que escuta o clamor e liberta aqueles que confiam em seu amor e salvação. O salmista convida a fazer a experiência do encontro com o Senhor: “Provai e vede como é bom o Senhor; feliz o ser humano que nele se abriga”.

A leitura da Carta aos Efésios começa com o apelo: “Não entristeçais o Espírito Santo de Deus com o qual fomos marcados como por um sinal para o dia da redenção” (4,30). O “amargor e exaltação, toda ira e gritaria, os ultrajes e toda espécie de maldade” (4,31), contradiz com o caminho da vida nova em Cristo, assumido a partir do Batismo. A adesão a Jesus leva a renovar as relações comunitárias, através da “bondade, compaixão, perdão mútuo” (cf. 4,32), cooperando assim na construção de um mundo melhor.

Como filhos amados, todos são chamados a serem “imitadores de Deus” (cf. 5,1). Lembrando a exortação: “Sede santos, porque eu, o Senhor vosso Deus, sou santo” (Lv 19,2), a comunidade é impelida a imitar a perfeição do Pai celeste (cf. Mt 5,48). O Exemplo de Cristo, “que nos amou e se entregou por nós” (5,2), ensina como imitar Deus. Quem segue Jesus deve “viver no amor” aos irmãos, trilhando o caminho que Ele indicou como “oferenda e sacrifício de suave odor”.

3. Atualizando a Palavra
Jesus é o pão vivo que desceu do céu, para dar a própria vida pela salvação. Atraídos pelo amor do Pai, somos impelidos a nos aproximar de Jesus, alimentando-nos de seus ensinamentos, para descobrir n’Ele a fonte de vida nova.

Seu exemplo encarnado na realidade tão humana, suas ações compassivas que culminaram na entrega total, conduzem à adesão plena, na certeza que “aqueles que acreditam têm a vida eterna”. Como discípulos e discípulas, somos chamados a repartir o pão com Jesus através da generosidade e do serviço aos irmãos.

Elias, necessitado de revitalizar a fé e sua missão profética como defensor da aliança do Senhor, caminha pelo deserto até o Horeb. O alimento oferecido pelo Deus da libertação prefigura o “pão descido do céu”, que renova plenamente o ser humano. O encontro com Jesus na Palavra e na Eucaristia, alimenta e fortalece nosso compromisso a serviço da justiça e da fraternidade. O Senhor continua manifestando sua presença de salvação, que sustenta nossa caminhada de fé e esperança.

O Espírito Santo que habita em nós pelo Batismo nos conduz no caminho do seguimento a Cristo, o Filho amado do Pai, que entregou a vida por amor. Ao longo de sua trajetória neste mundo, Jesus ensinou a viver o amor fraterno.

Nossa vocação de sermos semelhantes ao Pai realiza-se na medida em que escutamos Jesus, a Palavra que nos alimenta para a vida plena. Quem acredita já participa da vida eterna, que Jesus manifestou através de seus ensinamentos, de seus gestos misericordiosos.

Santa Catarina de Sena nos convida a viver conforme os vínculos da caridade. “Tu Senhor, movido de inefável amor, desejando por graça reconciliar contigo o gênero humano, nos deste a palavra de teu Filho Unigênito. Verdadeiro reconciliador e mediador entre ti e nós também nossa justiça, carregou em si todas as nossas injustiças e iniquidades, em obediência ao que tu, Pai eterno, lhe ordenaste, ao determinar-lhe assumir nossa humanidade. Ó abismo de indizível caridade! Que coração há tão duro que continua impassível sem se partir por ver a máxima sublimidade descer à máxima baixeza e objeção, que é a nossa humanidade?” (Cf. Dialogo sobre a Divina Providencia, de Santa Catarina de Sena, virgem, Ofício das leituras do décimo nono domingo do tempo comum).

4. Ligando a Palavra com ação litúrgica
Na caminhada da vida, às vezes desoladora, a presença do Senhor nos toca e nos anima. Ele está nomeio de nós e nos oferece sua própria vida para nossa salvação.

Jesus, o filho de carpinteiro, Ele mesmo se faz comida e bebida para saciar a fome a sede de eternidade da humanidade. O Filho de Deus que se encarnou, o pão descido do céu, é o Filho de Maria e José, é aquele que vai oferecer a própria carne, para que o mundo tenha a vida. Ele, que é o dom do Pai, se oferece livremente (Jo 10,18), oferece sua própria carne. Aquele que se encarnou, que assumiu a nossa humanidade é quem, por sua morte, nos introduz definitivamente na terra prometida (cf. http;//www.ihu.unisinos.br/espiritualidade/comentário-evangelho).

O mistério da entrega na cruz de Jesus se renova e se atualiza na Eucaristia. “Quando a Igreja celebra a Eucaristia, memorial da morte e ressurreição do seu Senhor, este acontecimento central de salvação torna-se realmente presente e ‘realiza-se também a obra da nossa redenção’ (...) Verdadeiramente, na Eucaristia demonstra-nos um amor levado até o ‘extremo’ (cf. Jo 13,1), um amor sem medida” (EE, n.11).

Hoje renovamos nossa fé em Jesus, Ele, o Verbo encarnado na história humana, “desceu dos céus: se encarnou pelo Espírito Santo, no seio da Virgem Maria, e se fez homem”. É o filho de José, o filho de Maria. “Também por nós foi crucificado sob Pôncio Pilatos; padeceu e foi sepultado. Ressuscitou dos mortos ao terceiro dia, conforme as Escrituras; E subiu aos céus, onde está sentado à direita de Deus Pai. Donde há de vir, em glória, para jugar os vivos e os mortos; e o Seu reino não terá fim” (Credo Niceno-Constantinopolitano).

No rito da comunhão, somos convidados par participarmos do banquete do Senhor: “Eu sou o Pão Vivo, que desceu do céu: se alguém como deste Pão, viverá ternamente. Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo...”

Como rezemos na oração pós-comunhão, que de fato este “sacramento nos traga a salvação e nos confirme na verdade eterna”.

Acolhendo o projeto de Jesus, renasceremos como homem e mulher novos, construtores de um mundo novo. Viveremos no amor, sendo bondosos, compassivos e capazes de perdoar.

Oração dos fiéis:
Presidente: Abramos nossos corações a Deus que nos alimenta e indica a meta do caminho da vida a cada um de nós e façamos nossos pedidos.

1. Senhor, pelo nosso Papa Francisco, nosso Bispo Vilson e todo o clero, para que sejam firmes e perseverantes em sua caminhada. Peçamos:

Todos: Senhor, salvai-nos!

2. Senhor, que os governantes respeitem o ser humano e possam tratá-lo com mais dignidade. Peçamos:

3. Senhor, que nossas famílias caminhem pela santificação, no amor, no diálogo e no perdão. Peçamos:

4. Senhor, por todos os pais, vivos e falecidos, para que recebam a recompensa pela missão que assumiram junto de suas famílias. Peçamos:

5. Senhor, por todos nós, para que no Cristo-Pão encontremos consolação, força e coragem para caminhar e lutar. Peçamos:

(Outras intenções)

Presidente: Acolhei nossas preces, Deus que nos alimenta, e concedei-nos a alegria de fazer de nossas vidas um caminhar para a eternidade que está em Ti. Por Cristo nosso Senhor.
Todos: Amém.

III. LITURGIA EUCARÍSTICA

ORAÇÃO SOBRE AS OFERENDAS:
Presidente: Ó Deus, acolhei com misericórdia os dons que concedestes à vossa Igreja e que ela agora vos oferece. Transformai-os por vosso poder em sacramento de salvação. Por Cristo, nosso Senhor.
Todos: Amém.

ORAÇÃO APÓS A COMUNHÃO:
Presidente: Ó Deus, o vosso sacramento que acabamos de receber nos traga a salvação e nos confirme na vossa verdade. Por Cristo, nosso Senhor!
Todos: Amém.

ATIVIDADES DO BISPO DIOCESANO
Dia 07 de agosto – sexta-feira: atendimento na residência episcopal – 09h00 às 11h00; Participação no programa na Rádio Magnificat – Maranatha – Limeira – 20h00.

Dia 08 de agosto – sábado: Reunião catequese Junto à Pessoa com Deficiência– Regional Sul 1 – residência episcopal; Crisma –Santuário São Sebastiao – Porto Ferreira - Padre Luís Fabiano – 19h00.

Dia 09 de agosto – domingo: Crisma – Santa Catarina de Sena – 09h00 – Americana – Padre José Avelino

Dia 12 de agosto – quarta-feira: Café e diálogo com o prefeito – 09h00.

Dia 13 de agosto – quinta-feira: Reunião – Conselho Episcopal – 09h00.

Dia 15 de agosto – sábado: Missa – Padroeira – Basílica Nossa Senhora do Patrocínio – Araras – 10h00 – Padre Carlos Alberto

BÊNÇÃO E DESPEDIDA
Presidente: O Senhor esteja convosco.
Todos: Ele está no meio de nós.

Presidente: Deus todo poderoso os abençoe em sua bondade e infunda em vocês a sabedoria da salvação. Por Cristo, nosso Senhor.
Todos: Amém.

Presidente: Abençoe-vos o Deus todo-poderoso, + Pai e Filho e Espírito Santo.
Todos: Amém.

Presidente: Ide em paz e que o Senhor vos acompanhe.

Todos: Graças a Deus.


Dom Vilson Dias de Oliveira, DC
Bispo Diocesano de Limeira, SP
Bispo referencial regional Sul 1