sexta-feira, 7 de agosto de 2015

19º DOMINGO DO TEMPO COMUM - 09 de agosto de 2015

Eu sou o pão entregue pela vida do mundo

Leituras: Primeiro Livro dos Reis 19, 4-8; Salmo 33 (34), 2.3.4-5.6-7.8-9 (R/9a; Carta de São Paulo aos Efésios 4, 30-5,2; João 6, 41-51.

COR LITÚRGICA: VERDE

Animador: Jesus continua a insistir na necessidade de crer Nele, porque Ele é o verdadeiro maná descido do céu. É um pão que traz em si a própria vida que vem de Deus. Nesta celebração, em que rezamos pela vocação para a vida em família, queremos rezar pela santificação de nossas famílias, para que seja um lugar do cultivo do amor, da comunhão, do diálogo, da acolhida, do perdão, da realização humana, da fidelidade e da paz. E peçamos de um modo especial por nossos pais, que optaram pela paternidade em favor da vida. Não é apenas gratidão e afeto que pretendemos demonstrar-lhes, mas também admiração pela missão que lhes foi confiada: colaboradores de Deus na reprodução e defesa da vida.

1. Situando-nos brevemente
Neste 19º domingo, Jesus continua seu discurso sobre o pão do céu. Diante da revelação de Jesus, há reação por parte de seus conterrâneos. Jesus não aprova a murmuração e recorda que é preciso abrir o coração para o Pai, porque é d’Ele que vem a graça de aderir a seu caminho de radicalidade.

Acolhendo Jesus, alimentando-nos do pão, crendo e permanecendo em suas palavras, participamos da vida nova oferecida por Ele. Assim como Jesus, sejamos pão vivo repartido para a vida do mundo.

Diante de tantas situações de morte e desalento que vive nosso mundo, hoje renovamos a fé em Jesus, Pão vivo, descido do céu e nos comprometemos a fazer nossa parte para que as situações injustas sejam transformadas. Hoje, Dia dos Pais, rezemos por eles que se dedicam a educar seus filhos. Que Jesus seja luz em seu caminhar.

2. Recordando a Palavra
O Evangelho de João continua o discurso sobre o pão de vida, pronunciado por Jesus na sinagoga de Cafarnaum (cf. 6, 22-59). O ensinamento de Jesus recorda ao acontecimento do êxodo, as dificuldades do povo na travessia do deserto, suas murmurações especialmente por causa da falta de alimentos. A murmuração, que revela também a falta de confiança em Deus, fez Moisés lhes dar a água (cf. Ex 15, 22-27) e o maná (cf. Ex 16,2s). Jesus revela-se como o pão que desce do céu, para oferecer a vida plena ao ser humano.

Os ouvintes de Jesus começaram a murmurar, porque Ele dissera: “Eu sou o pão que desceu do céu” (6,41). As origens conhecidas de Jesus levam à sua rejeição: “Esse não é Jesus, o filho de José. Não conhecemos nós o seu pai e sua mãe? ” (6,42). A expressão “eu sou” (6,41.48), que remete à revelação do nome de Deus (cf. Ex 3,14), manifesta a origem divina de Jesus.

O mistério da pessoa de Jesus, “a Palavra que se fez carne e veio morar entre nós” (1,14), não se esgota pelo conhecimento humano. A falta de fé dificulta o acolhimento de Jesus, o Filho de Deus. Muitas afirmavam que Jesus não podia ser “do céu” (7,27-28) e que da “Galileia não surge profeta” (7,52); que Ele era “um homem pecador” (cf. 9,24).

Crer é fundamental para acolher Jesus, como “o Enviado do Pai” que oferece a vida em plenitude. É necessária abertura à ação da misericórdia divina: “ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou não o atrair” (6,44). O Pai atrai o ser humano, concedendo-lhe a graça de crer e seguir seu Filho amado.

Todos são chamados a se deixar instruir pelos ensinamentos do Pai, revelados por Jesus. Isaias anunciou que todos seriam discípulos do Senhor (cf. 54,13; cf. Jr 31,33-34). Não é possível ser “ensinado por Deus” à parte de ouvir a Palavra de Jesus e crer nela (cf. 1,18; 3,33; 5,37).

Quem acredita participa da vida eterna, revelada por Jesus no presente e que se plenificará na ressurreição final junto ao Pai. A adesão a Jesus, “o pão da vida”, proporciona a experiência da comunhão com a vida que está nas mãos de Deus. Os que se alimentam de Jesus, “o pão vindo do céu”, viverão eternamente.

Os israelitas, que saíram da escravidão do Egito, morreram antes de chegar à terra prometida. Eles se alimentaram com o maná, sinal que prefigura o alimento oferecido por Jesus, “o pão vivo que dá vida ao mundo” e conduz à libertação definitiva.

A grande revelação de Jesus – “Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Quem come deste pão viverá eternamente. E o pão que eu darei é a minha carne, entregue pela vida do mundo” (6,51) – é uma alusão à paixão de Jesus, “o pão vivo”, que oferece seu corpo e sangue como comida e bebida, verdadeiro alimento para a vida que triunfa sobre a morte. Ele é a Palavra que assume o ser humano inteiro, tornando-se “carne” e, em sua humanidade, entrega a vida pelo mundo. Em sua carne, Jesus tornou-se o “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (cf. 1,29) e oferece a vida em abundância.

A leitura do primeiro livro dos Reis mostra que Elias, perseguido por causa de sua atuação profética, caminha pelo deserto até o Horeb. Elias exerce a missão no reino do norte (Israel), durante o século IX a.C., em um tempo em que havia a necessidade de voltar às origens da fé em Deus. O deserto e o monte Horeb recordam a caminhada do povo de Israel, a experiência do Deus da libertação que escuta o clamor do oprimido (Cf. Ex 3,7).

Como o povo no deserto, o profeta Elias é fortalecido pela presença de Deus, que alimenta e conduz a caminhada em meio às adversidades: “Levanta-te e come! Ainda tens um caminho longo a percorrer” (19,7). Elias encontra o Deus suave que se aproxima da fragilidade humana (cf. Is 42,2-4), não o Deus poderosos que se manifesta na força do vento, do terremoto, do fogo (Cf. Ex 19,16-18; Sl 18,8-16; 29, 5-10).

O Salmo 33 (34) é uma oração pessoal de ação de graças ao Senhor, que escuta o clamor e liberta aqueles que confiam em seu amor e salvação. O salmista convida a fazer a experiência do encontro com o Senhor: “Provai e vede como é bom o Senhor; feliz o ser humano que nele se abriga”.

A leitura da Carta aos Efésios começa com o apelo: “Não entristeçais o Espírito Santo de Deus com o qual fomos marcados como por um sinal para o dia da redenção” (4,30). O “amargor e exaltação, toda ira e gritaria, os ultrajes e toda espécie de maldade” (4,31), contradiz com o caminho da vida nova em Cristo, assumido a partir do Batismo. A adesão a Jesus leva a renovar as relações comunitárias, através da “bondade, compaixão, perdão mútuo” (cf. 4,32), cooperando assim na construção de um mundo melhor.

Como filhos amados, todos são chamados a serem “imitadores de Deus” (cf. 5,1). Lembrando a exortação: “Sede santos, porque eu, o Senhor vosso Deus, sou santo” (Lv 19,2), a comunidade é impelida a imitar a perfeição do Pai celeste (cf. Mt 5,48). O Exemplo de Cristo, “que nos amou e se entregou por nós” (5,2), ensina como imitar Deus. Quem segue Jesus deve “viver no amor” aos irmãos, trilhando o caminho que Ele indicou como “oferenda e sacrifício de suave odor”.

3. Atualizando a Palavra
Jesus é o pão vivo que desceu do céu, para dar a própria vida pela salvação. Atraídos pelo amor do Pai, somos impelidos a nos aproximar de Jesus, alimentando-nos de seus ensinamentos, para descobrir n’Ele a fonte de vida nova.

Seu exemplo encarnado na realidade tão humana, suas ações compassivas que culminaram na entrega total, conduzem à adesão plena, na certeza que “aqueles que acreditam têm a vida eterna”. Como discípulos e discípulas, somos chamados a repartir o pão com Jesus através da generosidade e do serviço aos irmãos.

Elias, necessitado de revitalizar a fé e sua missão profética como defensor da aliança do Senhor, caminha pelo deserto até o Horeb. O alimento oferecido pelo Deus da libertação prefigura o “pão descido do céu”, que renova plenamente o ser humano. O encontro com Jesus na Palavra e na Eucaristia, alimenta e fortalece nosso compromisso a serviço da justiça e da fraternidade. O Senhor continua manifestando sua presença de salvação, que sustenta nossa caminhada de fé e esperança.

O Espírito Santo que habita em nós pelo Batismo nos conduz no caminho do seguimento a Cristo, o Filho amado do Pai, que entregou a vida por amor. Ao longo de sua trajetória neste mundo, Jesus ensinou a viver o amor fraterno.

Nossa vocação de sermos semelhantes ao Pai realiza-se na medida em que escutamos Jesus, a Palavra que nos alimenta para a vida plena. Quem acredita já participa da vida eterna, que Jesus manifestou através de seus ensinamentos, de seus gestos misericordiosos.

Santa Catarina de Sena nos convida a viver conforme os vínculos da caridade. “Tu Senhor, movido de inefável amor, desejando por graça reconciliar contigo o gênero humano, nos deste a palavra de teu Filho Unigênito. Verdadeiro reconciliador e mediador entre ti e nós também nossa justiça, carregou em si todas as nossas injustiças e iniquidades, em obediência ao que tu, Pai eterno, lhe ordenaste, ao determinar-lhe assumir nossa humanidade. Ó abismo de indizível caridade! Que coração há tão duro que continua impassível sem se partir por ver a máxima sublimidade descer à máxima baixeza e objeção, que é a nossa humanidade?” (Cf. Dialogo sobre a Divina Providencia, de Santa Catarina de Sena, virgem, Ofício das leituras do décimo nono domingo do tempo comum).

4. Ligando a Palavra com ação litúrgica
Na caminhada da vida, às vezes desoladora, a presença do Senhor nos toca e nos anima. Ele está nomeio de nós e nos oferece sua própria vida para nossa salvação.

Jesus, o filho de carpinteiro, Ele mesmo se faz comida e bebida para saciar a fome a sede de eternidade da humanidade. O Filho de Deus que se encarnou, o pão descido do céu, é o Filho de Maria e José, é aquele que vai oferecer a própria carne, para que o mundo tenha a vida. Ele, que é o dom do Pai, se oferece livremente (Jo 10,18), oferece sua própria carne. Aquele que se encarnou, que assumiu a nossa humanidade é quem, por sua morte, nos introduz definitivamente na terra prometida (cf. http;//www.ihu.unisinos.br/espiritualidade/comentário-evangelho).

O mistério da entrega na cruz de Jesus se renova e se atualiza na Eucaristia. “Quando a Igreja celebra a Eucaristia, memorial da morte e ressurreição do seu Senhor, este acontecimento central de salvação torna-se realmente presente e ‘realiza-se também a obra da nossa redenção’ (...) Verdadeiramente, na Eucaristia demonstra-nos um amor levado até o ‘extremo’ (cf. Jo 13,1), um amor sem medida” (EE, n.11).

Hoje renovamos nossa fé em Jesus, Ele, o Verbo encarnado na história humana, “desceu dos céus: se encarnou pelo Espírito Santo, no seio da Virgem Maria, e se fez homem”. É o filho de José, o filho de Maria. “Também por nós foi crucificado sob Pôncio Pilatos; padeceu e foi sepultado. Ressuscitou dos mortos ao terceiro dia, conforme as Escrituras; E subiu aos céus, onde está sentado à direita de Deus Pai. Donde há de vir, em glória, para jugar os vivos e os mortos; e o Seu reino não terá fim” (Credo Niceno-Constantinopolitano).

No rito da comunhão, somos convidados par participarmos do banquete do Senhor: “Eu sou o Pão Vivo, que desceu do céu: se alguém como deste Pão, viverá ternamente. Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo...”

Como rezemos na oração pós-comunhão, que de fato este “sacramento nos traga a salvação e nos confirme na verdade eterna”.

Acolhendo o projeto de Jesus, renasceremos como homem e mulher novos, construtores de um mundo novo. Viveremos no amor, sendo bondosos, compassivos e capazes de perdoar.

Oração dos fiéis:
Presidente: Abramos nossos corações a Deus que nos alimenta e indica a meta do caminho da vida a cada um de nós e façamos nossos pedidos.

1. Senhor, pelo nosso Papa Francisco, nosso Bispo Vilson e todo o clero, para que sejam firmes e perseverantes em sua caminhada. Peçamos:

Todos: Senhor, salvai-nos!

2. Senhor, que os governantes respeitem o ser humano e possam tratá-lo com mais dignidade. Peçamos:

3. Senhor, que nossas famílias caminhem pela santificação, no amor, no diálogo e no perdão. Peçamos:

4. Senhor, por todos os pais, vivos e falecidos, para que recebam a recompensa pela missão que assumiram junto de suas famílias. Peçamos:

5. Senhor, por todos nós, para que no Cristo-Pão encontremos consolação, força e coragem para caminhar e lutar. Peçamos:

(Outras intenções)

Presidente: Acolhei nossas preces, Deus que nos alimenta, e concedei-nos a alegria de fazer de nossas vidas um caminhar para a eternidade que está em Ti. Por Cristo nosso Senhor.
Todos: Amém.

III. LITURGIA EUCARÍSTICA

ORAÇÃO SOBRE AS OFERENDAS:
Presidente: Ó Deus, acolhei com misericórdia os dons que concedestes à vossa Igreja e que ela agora vos oferece. Transformai-os por vosso poder em sacramento de salvação. Por Cristo, nosso Senhor.
Todos: Amém.

ORAÇÃO APÓS A COMUNHÃO:
Presidente: Ó Deus, o vosso sacramento que acabamos de receber nos traga a salvação e nos confirme na vossa verdade. Por Cristo, nosso Senhor!
Todos: Amém.

ATIVIDADES DO BISPO DIOCESANO
Dia 07 de agosto – sexta-feira: atendimento na residência episcopal – 09h00 às 11h00; Participação no programa na Rádio Magnificat – Maranatha – Limeira – 20h00.

Dia 08 de agosto – sábado: Reunião catequese Junto à Pessoa com Deficiência– Regional Sul 1 – residência episcopal; Crisma –Santuário São Sebastiao – Porto Ferreira - Padre Luís Fabiano – 19h00.

Dia 09 de agosto – domingo: Crisma – Santa Catarina de Sena – 09h00 – Americana – Padre José Avelino

Dia 12 de agosto – quarta-feira: Café e diálogo com o prefeito – 09h00.

Dia 13 de agosto – quinta-feira: Reunião – Conselho Episcopal – 09h00.

Dia 15 de agosto – sábado: Missa – Padroeira – Basílica Nossa Senhora do Patrocínio – Araras – 10h00 – Padre Carlos Alberto

BÊNÇÃO E DESPEDIDA
Presidente: O Senhor esteja convosco.
Todos: Ele está no meio de nós.

Presidente: Deus todo poderoso os abençoe em sua bondade e infunda em vocês a sabedoria da salvação. Por Cristo, nosso Senhor.
Todos: Amém.

Presidente: Abençoe-vos o Deus todo-poderoso, + Pai e Filho e Espírito Santo.
Todos: Amém.

Presidente: Ide em paz e que o Senhor vos acompanhe.

Todos: Graças a Deus.


Dom Vilson Dias de Oliveira, DC
Bispo Diocesano de Limeira, SP
Bispo referencial regional Sul 1

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